Palestrantes do IIF 7º Newborn Photo Conference – 2017
Esse ano terei a imensa alegria de palestrar sobre um dos assuntos que mais me encantam na vida: fotografia documental de parto. O título da palestra é Fotografando Nascimento: Dor, Alegria e Amor e ela vai acontecer no Instituto Internacional de Fotografia – IIF, no 7º Newborn Photo Conference, em São Paulo.
Fiquei muito feliz com o convite. Fotografar e poder falar sobre a fotografia do nascimento de uma nova vida é precioso. São tantos sentimentos envolvidos e que culminam naquele momento, quando os pais têm os filhos pela primeira vez em seus braços. Veja o nascimento do Ravi!
Não acredito em receitas prontas, mas para fotografar um parto, para que o fotógrafo consiga captar toda a emoção que um nascimento envolve, ele precisa ter ou desenvolver algumas habilidades. Na palestra vou falar de algumas delas.
É importante também ter e transmitir confiança. Estamos lidando com um dos momentos mais especiais daquela família. Se você não foi o fotógrafo de casamento daquele casal, se não tem nenhum vínculo estabelecido, um ensaio de gestante pode ser uma boa dica para fortalecer os laços previamente e criar uma relação de confiança.
No dia do nascimento, é imprescindível estar 100% presente e se concentrar no fluxo dos acontecimentos para documentar. Também é preciso ter calma, estar tranquilo, agir com serenidade. Às vezes o trabalho de parto requer muito esforço, ou mesmo ser muito longo, e a mãe precisa estar 100% a vontade na sua presença para que nada possa interferir no nascimento do bebê. É muito importante ser discreto, não intervir, não invadir. O parto é um momento muito íntimo e pessoal, muito precioso para conexão das mães com seus filhos.
A maternidade é uma das coisas mais belas da vida e fotografar um nascimento requer muita responsabilidade. De todos os ramos da fotografia de família, talvez a fotografia documental de parto seja a mais complexa. É preciso estar preparado emocional e tecnicamente.
Para quem nunca fotografou um nascimento, é importante buscar conhecer quais são os tipos de partos. Vou falar na palestra um pouco sobre o parto natural, o parto normal, a cesárea; e o parto humanizado. Saber algumas características de cada tipo de parto ajuda bastante a quem está começando e fortalece a sensação de confiança do fotógrafo sobre o assunto.
Vou falar também do posicionamento do fotógrafo durante os nascimentos. Somos contadores de histórias e quanto mais criativos pudermos ser, mais ricas as memórias que entregamos.
Se você também é apaixonado por fotografar partos, vem com a gente! O Newborn Photo Confere acontece no IIF, entre os dias 18 e 20 de abril. Minha palestra sobre nascimentos será dia 19! Espero vocês lá!
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Fotografia de Parto – Nascimento da Isabela – Pulso e Sensibilidade
Essa semana recebi uma mensagem… quem me escreveu foi um fotógrafo que eu não conhecia, e ele disse:
“Opa! Machismo a parte, é difícil ver uma mulher fotografar com tanto pulso e sensibilidade.”
Agradeci e respondi que na minha experiência de vida, pulso e sensibilidade eram características muito fortes nas mulheres.
Na mesma hora ele disse que concordava, mas que na fotografia isso era raro de se ver…
Concordei e discordei. Não acho que pulso e sensibilidade sejam uma questão de gênero. Acho que isso é uma questão humana, e varia muito de acordo como a gente se coloca diante da vida.
Não sei ao certo de onde vem meu pulso e minha sensibilidade. Sei que a cada vez que fotografo esse espetáculo da vida, ganho de presente algumas reflexões.
Acho que o pulso vem da vontade. Não uma vontade qualquer, daquela que “dá e que passa”, mas da vontade que motiva a ação e que nos faz romper obstáculos, e dar saltos e voos às vezes até maiores do que imaginávamos inicialmente.
O pulso, a vontade, a coragem fazem você chegar perto, independente do que esteja acontecendo. Mas para chegar perto há que se ter sensibilidade…
Ah a sensibilidade! Acho que ela vem de um sentimento atualmente bastante comentado, teoricamente verbalizado, bem batido, mas pouco praticado.
Acho que a sensibilidade é algo que se desenvolve ao longo da vida, e seu grau é medido pelo tamanho da sua capacidade em sentir empatia. Vou explicar.
Confesso que desconhecia a etimologia dessa palavra, mas a capacidade de sentir e se colocar de verdade no lugar do outro, desenvolve a nossa sensibilidade. Nos deixa sensível ao outro. E quando isso é verdadeiro, verdadeiras portas se abrem viabilizando a nossa vontade, permitindo a nossa ação.
Quando a vontade motiva a ação, e quando se é sensível ao outro, o universo conspira e nos coloca no lugar certo, na hora certa. Há quem chame isso de sorte! Mas acho que a coisa é bem mais profunda…
A chegada da Isabela foi linda. Uma menina, uma futura mulher. Um ser humano sensível e cheio de pulso, com poder transformador da sua realidade e da realidade do mundo em que vive.
A cada vida uma nova chance! De sermos melhores, de crescermos em conjunto, de construirmos uma sociedade mais sensível e cheia de pulso para agir e agregar.
Bem vinda ao mundo Isabela!
Fotografia: Clara Sampaio
Hospital: Perinatal Laranjeiras