Sempre falo com muita alegria dos caminhos que a fotografia me leva… e dessa vez fui ao encontro de pessoas incríveis, iluminadas. Pessoas que se jogam de corpo e alma, intensas e de coração cheio de amor pela vida! Acho que muito por isso, um casal muito querido e cheio de amigos.
A beleza do casamento da Bárbara e do Digão estava em tudo o que se via e no que se sentia. Presente no detalhe de cada abraço, de cada beijo, de cada pulo de felicidade (e foram muitos!), o clima era feito dessa plenitude que as vezes nos tira a voz e nos deixa apenas com esse brilho nos olhos, que salta da alma, transcende!
A cerimônia celebrada pelo Gustavinho – o cupido, e pela Maria – a amiga irmã da Bárbara, foi linda demais. Nem preciso falar nada, olha o texto de tirar o fôlego que a Maria fez e que deu o tom dessa tarde azul, e maravilhosa…
Aos noivos, meu “sim”
Maria Sanz Martins
(Como, quem sou?)
“Eu sou o amor”.
Ouça bem o que lhes tenho a dizer:
Estarão certos aqueles que me chamam de “sorte”?
Em parte, talvez.
Posto que o amor está escrito, encarnado numa estrela, desde antes, muito antes de você nascer. E é de repente, num bar de esquina mal limpa, que ele despenca lá de cima –“muito prazer!”
Secreta semente do amor da vida, bênção disfarçada de banalidade maltrapilha, acaso primo da sorte, pagode. Coisa que se ganha, mesmo sem merecer.
Mas, caprichoso que só, o amor se dá como bem entender – tantas vezes, fazendo até doer.
E apesar de ser a razão mais nobre para tudo que há no mundo, ele não tem explicação. Feito um anti-herói, por vezes, troca os pés pelas mãos. Faz pirraça, cria leis estranhas, briga por coisa à toa, faz quizomba, samba! Depois beija e desfaz a cama.
Mas quando é, não tem jeito de não ser. Faro!
Pernas entrelaçam, mil beijos não bastam. Do dia para noite, seres atados por misteriosos laços, cúmplices em tudo… Até o dia em que as toalhas penduradas no box se confundam.
Viverão juntos pela irremediável vontade de testar a possibilidade de tudo ser verdade!
– Amor…
Há quem diga que se trata de ilusão.
– Tsc, que o digam, então!
Porque os que amam são, e sempre serão, incoerentes o bastante para celebrar a chance de derrotar a dúvida. Assim, depois das toalhas misturadas na casinha, casarão!
Aliança, festa, alegria, tudo a beça!
Palavras abertas.
Aposta.
Promessa sincera.
Entrega.
Esforço – para não perder de vista a beleza da individualidade alheia.
Lealdade – sem pertencimento (ideia mais besta!)
Certeza – de estarem juntos por livre e espontânea vontade (e não por conta de um papel assinado).
Habilidade (constante) – para se revezarem entre os papéis de melhor-amigo e melhor-amante.
Empenho – para que com os anos, o amor abra uma clareira de companheirismo e uma trilha de amadurecimento (e não um matagal repleto de espinhentas cobranças).
Sabedoria– para que não usem a rotina como desculpa para falta de gentileza e de poesia.
Coragem–para amar sem medo e gerar filhos do desejo.
E, finalmente, em nome do Amor, é meu “sim” que lhes ofereço.
Sim (mil vezes, sim) – para a tentativa, desesperadamente sincera, de ser feliz!
*Ah, e por último,
Olhe para céu.
Agora, olhe para o lado.
Reconheça a estrela que um dia caiu de lá, e agora habita a íris de quem te ama só de olhar.
Um beijo enorme Bárbara e Digão, estar com vocês nesse dia foi um grande presente da vida pra gente!
“Que bom que a vida juntou eu você e o amor e é só ele que nos prende hoje e sempre.
Eu escolhi você, Bigudo, pra chegar onde for…
A gente se fala no olhar.
Minha paixão, eu te juro, é pra vida inteira”.
Bárbara
Cerimônia e Recepção: Chácara Flora, ES
Fotógrafo convidado: Carlos Maia
Assistente de luz: Bruno Montt
Cerimonial: Stella Miranda